2.1 Cenário Atual
     A abordagem tradicional para a coleta de qualquer dado subaquático é desenvolver sensores, colocá-los no local desejado, coletar os dados e recuperar os sensores. Como vantagens dessa abordagem, podemos destacar:
  • sensores mais simples, cuja função é apenas coletar os dados desejados, sem necessidade da implementação de qualquer tipo de transmissão;
  • sensores com preços mais acessíveis.
 
     Entretanto, as desvantagens são mais numerosas:
  • os dados coletados não podem ser analisados até o final da campanha, o que pode significar diversos meses, impedindo qualquer monitoração em tempo real;
  • não há qualquer comunicação entre os sensores subaquáticos e o usuário em terra firme. Logo, não é possível reconfigurar o sistema de acordo com o interesse do usuário;
  • a capacidade de armazenamento impõe um limite no número de dados que podem ser coletados e na duração da campanha como um todo;
  • se houver qualquer falha nos sensores, isso pode comprometer a coleta de dados como um todo.
 
     Dessa forma, a solução ideal para o monitoramento em tempo real de áreas subaquáticas por um longo período de tempo é conectar vários sensores e AUVs através de enlaces sem fio dentro de uma estrutura de rede. Redes acústicas subaquáticas básicas são formadas através da comunicação acústica bidirecional, como por exemplo entre sensores e AUVs. A partir daí, a rede se conecta a uma estação na superfície, que por sua vez pode estar conectada a redes em terra firme, como a Internet. Dados obtidos pelos sensores podem ser analisados em terra firme em tempo real e pode ser enviado um sinal aos sensores, caso alguma reconfiguração seja necessária. Além disso, já que os dados não ficam armazenados nos sensores, as chances de perder dados em caso de alguma falha nos sensores são reduzidas.
     No entanto, embora redes de sensores estejam começando a ser utilizadas em terra firme, sua operação subaquática continua bem limitada. Os principais benefícios de redes de sensores terrestres vêm da operação sem fio, auto-configuração e maximização do aproveitamento da bateria. Os nós são baratos, a distribuição é densa e a comunicação é de múltiplos saltos e de curta distância. Por outro lado, a comunicação acústica subaquática hoje é tipicamente cara, a distribuição dos nós é esparsa e a comunicação é realizada com uma estação-base através de enlaces de longo alcance.