A abordagem
tradicional para a coleta de qualquer dado subaquático é
desenvolver sensores, colocá-los no local desejado, coletar os
dados e recuperar os sensores. Como vantagens dessa abordagem,
podemos destacar:
-
sensores
mais simples, cuja função é apenas coletar os dados
desejados, sem necessidade da implementação de qualquer
tipo de transmissão;
-
sensores
com preços mais acessíveis.
Entretanto, as
desvantagens são mais numerosas:
-
os dados
coletados não podem ser analisados até o final da
campanha, o que pode significar diversos meses, impedindo qualquer
monitoração em tempo real;
-
não
há qualquer comunicação entre os sensores
subaquáticos e o usuário em terra firme. Logo, não
é possível reconfigurar o sistema de acordo com o
interesse do usuário;
-
a
capacidade de armazenamento impõe um limite no número de
dados que podem ser coletados e na duração da campanha
como um todo;
-
se houver
qualquer falha nos sensores, isso pode comprometer a coleta de
dados como um todo.
Dessa forma, a
solução ideal para o monitoramento em tempo real de
áreas subaquáticas por um longo período de tempo
é conectar vários sensores e AUVs através de enlaces
sem fio dentro de uma estrutura de rede. Redes acústicas
subaquáticas básicas são formadas através da
comunicação acústica bidirecional, como por exemplo
entre sensores e AUVs. A partir daí, a rede se conecta a uma
estação na superfície, que por sua vez pode estar
conectada a redes em terra firme, como a Internet. Dados obtidos
pelos sensores podem ser analisados em terra firme em tempo real e
pode ser enviado um sinal aos sensores, caso alguma
reconfiguração seja necessária. Além disso,
já que os dados não ficam armazenados nos sensores, as
chances de perder dados em caso de alguma falha nos sensores
são reduzidas.
No entanto, embora
redes de sensores estejam começando a ser utilizadas em terra
firme, sua operação subaquática continua bem
limitada. Os principais benefícios de redes de sensores
terrestres vêm da operação sem fio,
auto-configuração e maximização do
aproveitamento da bateria. Os nós são baratos, a
distribuição é densa e a comunicação
é de múltiplos saltos e de curta distância. Por
outro lado, a comunicação acústica subaquática
hoje é tipicamente cara, a distribuição dos nós
é esparsa e a comunicação é realizada com uma
estação-base através de enlaces de longo
alcance.