A história do voto no Brasil começou em 1532, quando os moradores da vila de São Vicente
elegeram os representantes que determinariam os componentes do Conselho Muncipal. Isto
representou uma votação indireta e, como hoje, era proibida a presença de autoridades nos locais
de voto.
Até o ano de 1821, todas as eleições eram feitam em âmbito municipal e eram permitidos
somente os votos de homens livres.
No ano de 1821 ocorreram eleições para os representantes do Brasil junto à Coroa portuguesa,
onde participaram os homens livres e os analfabetos.
Em 1824 ocorreram eleições para a Assembléia Geral Constituinte, onde foi usada pela primeira
vez a constituição eleitoral, elaborada pelo Dom Pedro I. Esta constituição determinava o voto
censitário, com identificação do eleitor através dos componentes da Mesa Apuradora e de
testemunhas.
Em 1881 foi instituído o título de eleitor, a fim de diminuir as fraudes, mas não auxiliou muito, pois
não havia foto no título.
Ao longo deste período, entre a Proclamação da Independência e a tomada do poder por Getúlio
Vargas, podemos observar várias formas de fraude. No início, as fraudes eram realizadas em sua
maioria através do sistema de voto por procuração. Podemos observar também outras formas de
fraude, como a assinatura prévia da lista de eleitores votantes. Dessa forma, muitos votos eram
realizados no nome de crianças, mendigos, pessoas mortas. Temos também o voto de cabresto,
em que o eleitor vendia seu voto por pratos de comid, cestas básicas, etc.
Um problema persistente até aqui é a limitação do poder de
voto aos homens livres, permanecendo negros, analfabetos dentre
outros excluidos do processo eleitoral.
Em
1930, Vargas assume o poder, suprimindo o sufrágio universal
e intervindo nos governos dos Estados. A partir daí,
e até 1945, não só as reeleições
de Vargas pra presidência como a Assembléia Constituinte
e os governantes dos estados foram eleitos através de
eleição indireta.
Em 1945, com
a redemocratização, o sufrágio universal
foi adotado, com extensão de direito de voto às
mulheres.
Em 1964, com
o golpe militar, o voto universal foi abolido novamente, através
dos atos institucionais (AI's). Os direitos políticos
foram suprimidos e as eleições passaram a ser
indiretas (os candidados eram eleitos pelo congresso).
Em 1982, com
a lei 6996/82, foi permitido o uso de sistemas de processamento
de dados nos serviços eleitorais, dando início
ao processo de informatização do sistema eleitoral
brasileiro. Em 1985, com a lei 7444/85, foi permitido o uso
do processamento de dados para o cadastramento dos eleitores
e revisão do eleitorado, permitindo o recadastramento
do eleitorado nacional no ano seguinte.
Em 1985, com
a reabertura política, o governo foi passado de volta
para os civis, com a eleição do primeiro civil
para presidente. Em 15 de maio deste mesmo ano, com a Emenda
Constitucional nº 5, as eleições diretas
foram restabelecidas em todos os níveis do sistema governamental.
O processo de
informatização das eleições deu
início na década de 1960, quando Ricardo Puntel
criou e apresentou ao TSE um modelo de máquina de votar.
Entre os anos 1960 e 1990, várias tentativas de informatização
do processo eleitoral foram feitas por vários TRE's,
com destaque para o de Minas Gerais. Em 1989 contou-se com a
totalização eletrônica. Em 1993 contou-se
com a apuração eletrônica dos votos em todos
os municípios brasileiros e, em 1996, iniciou-se o processo
de informatização do voto, com sua totalização
no ano 2000, quando todos o eleitores puderam usar a urna eletrônica
para eleger prefeitos e vereadores.