3.3.2 Crescimento de Regiões por Agregação de Pixels
Este processo de segmentação se assemelha ao de limiarização, pois também busca características semelhantes em pixels próximos. A diferença, neste caso, é que a agregação começa a partir de determinados pixels específicos, chamados de sementes.
A técnica consiste nas seguintes etapas:
      • Escolha dos pixels-semente (pontos).
      • Escolha do limiar que separará as regiões.
      • Crescimento das regiões.
A escolha dos pixels-semente geralmente é feita baseando-se na natureza do problema. A escolha destes pontos é importante pois as regiões crescerão ao redor deles. De acordo com a nossa intenção, já existe uma previsão dos tipos de pixels que se espera. Por exemplo, no nosso caso específico, espera-se que haja pixels muito escuros e pixels muito claros. Não se espera que haja muitos pixels com intensidades intermediárias. Por isto, pode-se escolher um pixel em que a intensidade de cinza seja muito baixa e outro em que ela seja muito alta como pixels-semente. Ou ainda, pode-se escolher apenas um ponto de intensidade baixa (ou alta). O crescimento da região ao redor deste ponto determinará uma das regiões e o que restará será a outra região.
A escolha do limiar novamente constitui um passo importante no processo. O valor a ser escolhido deve representar qual a diferença de intensidade que desejamos que esteja dentro de cada uma das regiões. No nosso caso, podemos escolher um valor que seja a média da maior com a menor intensidade.
O crescimento das regiões em si, constitui-se de fazer o agrupamento de pixels por similaridade em algum critério como intensidade de cinza, textura, etc. Aqui, usaremos a intensidade de cinza como exemplo. Depois de mapeadas e tabeladas as intensidades de acordo com a posição dos pixels, escolhidos os pixels- semente e escolhido o limiar, aplica-se o seguinte:

Se | f(x,y) – f(x1,y1) | £ T, então f(x,y) Î R1, senão,
Se | f(x,y) – f(x2,y2) | £ T, então f(x,y) Î R2, senão,
...
Se | f(x,y) – f(xn,yn) | £ T, então f(x,y) Î Rn.
Onde f(x,y) é a intensidade de cinza em um ponto (x,y) da nossa tabela de intensidades, f(xi,yi), 1 £ i £ n, são as sementes, Ri, 1 £ i £ n, são as regiões e T é o valor do limiar.
Vemos da relação acima que a região 1 tem prioridade em relação às outras. A região 2 tem esta prioridade em relação às regiões R3, R4,..., Rn. E assim sucessivamente. Esta prioridade é arbitrária e serve simplesmente para estabelecer que um ponto que tenha diferenças de intensidade iguais para duas sementes pertença a uma das regiões.
Abaixo vemos um exemplo de agregação por crescimento de regiões. neste caso, os pontos (1,1) e (2,3) são escolhidos como sementes. O limiar é escolhido como sendo T = (7+0) / 2 = 3,5 => 4. A orientação do eixo x é feita de cima para baixo e do eixo y da esquerda para a direita (como em uma matriz).

Na figura 3.3.2.a vemos a tabela de intensidades de cinza. Na figura 3.3.2.b vemos as regiões já separadas.
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Podemos verificar que há uma descontinuidade na região 1. Talvez fosse mais interessante aumentar o número de sementes e alterar o valor do limiar. Na figura 3.3.2.c vemos o caso em que T=3 e uma nova semente foi escolhida em (4,4). Desta forma passamos a ter três regiões em nossa figura.
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É interessante também notar que, se escolhêssemos um valor de limiar mais alto, por exemplo 7, só haveria uma região na figura. Estas duas observações servem para mostrar a importância de escolhermos adequadamente os valores do limiar, bem como os pixels-semente de nossa figura.