Este processo de segmentação se assemelha ao de limiarização, pois
também busca características semelhantes em pixels próximos. A diferença, neste
caso, é que a agregação começa a partir de determinados pixels específicos,
chamados de sementes.
A técnica consiste nas seguintes etapas:
- Escolha dos pixels-semente (pontos).
- Escolha do limiar que separará as regiões.
- Crescimento das regiões.
A escolha dos pixels-semente geralmente é feita baseando-se na
natureza do problema. A escolha destes pontos é importante pois as regiões crescerão
ao redor deles. De acordo com a nossa intenção, já existe uma previsão dos tipos de
pixels que se espera. Por exemplo, no nosso caso específico, espera-se que haja pixels
muito escuros e pixels muito claros. Não se espera que haja muitos pixels com
intensidades intermediárias. Por isto, pode-se escolher um pixel em que a intensidade
de cinza seja muito baixa e outro em que ela seja muito alta como pixels-semente. Ou
ainda, pode-se escolher apenas um ponto de intensidade baixa (ou alta). O crescimento
da região ao redor deste ponto determinará uma das regiões e o que restará será a
outra região.
A escolha do limiar novamente constitui um passo importante no
processo. O valor a ser escolhido deve representar qual a diferença de intensidade que
desejamos que esteja dentro de cada uma das regiões. No nosso caso, podemos
escolher um valor que seja a média da maior com a menor intensidade.
O crescimento das regiões em si, constitui-se de fazer o agrupamento
de pixels por similaridade em algum critério como intensidade de cinza, textura, etc.
Aqui, usaremos a intensidade de cinza como exemplo. Depois de mapeadas e
tabeladas as intensidades de acordo com a posição dos pixels, escolhidos os pixels-
semente e escolhido o limiar, aplica-se o seguinte:
Se | f(x,y) – f(x1,y1) | £ T, então f(x,y) Î R1, senão,
Se | f(x,y) – f(x2,y2) | £ T, então f(x,y) Î R2, senão,
...
Se | f(x,y) – f(xn,yn) | £ T, então f(x,y) Î Rn.
Onde f(x,y) é a intensidade de cinza em um ponto (x,y) da nossa tabela
de intensidades, f(xi,yi), 1 £ i £ n, são as sementes, Ri, 1 £ i £ n, são as regiões e T é o
valor do limiar.
Vemos da relação acima que a região 1 tem prioridade em relação às
outras. A região 2 tem esta prioridade em relação às regiões R3, R4,..., Rn. E assim
sucessivamente. Esta prioridade é arbitrária e serve simplesmente para estabelecer
que um ponto que tenha diferenças de intensidade iguais para duas sementes pertença
a uma das regiões.
Abaixo vemos um exemplo de agregação por crescimento de regiões.
neste caso, os pontos (1,1) e (2,3) são escolhidos como sementes. O limiar é
escolhido como sendo T = (7+0) / 2 = 3,5 => 4. A orientação do eixo x é feita de cima
para baixo e do eixo y da esquerda para a direita (como em uma matriz).
Na figura 3.3.2.a vemos a tabela de intensidades de cinza. Na figura
3.3.2.b vemos as regiões já separadas.
Podemos verificar que há uma descontinuidade na região 1. Talvez fosse
mais interessante aumentar o número de sementes e alterar o valor do limiar. Na figura
3.3.2.c vemos o caso em que T=3 e uma nova semente foi escolhida em (4,4). Desta
forma passamos a ter três regiões em nossa figura.
É interessante também notar que, se escolhêssemos um valor de limiar
mais alto, por exemplo 7, só haveria uma região na figura. Estas duas observações
servem para mostrar a importância de escolhermos adequadamente os valores do
limiar, bem como os pixels-semente de nossa figura.