2. A História do DNS

Durante os anos 70, Arpanet era uma pequena comunidade de algumas centenas de hosts. Um único arquivo, HOSTS.TXT, continha toda a informação necessária sobre os hosts. Este arquivo continha nome para endereçar cada host conectado a ARPANET.

O arquivo era mantido pela Network Information Center (NIC) e distribuido por um único host, SRI-NIC. Os administradores da ARPANET enviavam ao NIC, por e-mail, quaisquer mudanças que tivessem sido efeituadas e periodicamente SRI-NIC era atualizado, assim como o arquivo HOST.TXT. As mudanças eram compiladas em um novo HOST.TXT uma ou duas vezes por semana. Com o crescimento da ARPANET, entretanto, este esquema tornou-se inviável. O tamanho do arquivo HOST.TXT crescia na proporção em que crescia o número de hosts. Além disso, o tráfego gerado com o processo de atualização crescia em proporções ainda maiores uma vez que cada host que era incluído não só sognificava uma linha a mais no arquivo HOST.TXT, mas um outro host atualizando a partir do SRI-NIC.

E quando a ARPANET passsou a usar protocolos TCP/IP, a populacão da rede "explodiu". E passaram a existir muitos problemas com o HOST.TXT:

  1. Tráfego e Carga
    Os problemas com tráfego na rede e carga do processador tornaram-se insuportáveis.
  2. Colisão de Nomes
    Dois hosts do arquivo HOST.TXT não podiam ter o mesmo nome. Porém, apesar do NIC poder designar endereços únicos para cada host, ele não tinha nenhuma autoridade sobre os nomes dados aos mesmos. Não havia nada que pudesse evitar que alguém adicionasse um host com um nome conflitante, interrompendo o sistema de algum outro host já existente.
  3. Consistência
    Manter a consistência do arquivo com a rede se expandindo àquelas proporcões se tornou cada vez mais difícil. Quando o arquivo conseguia conter todos os hosts, algum host trocava de endereço ou um novo host adicionado tinha quebrado a conexão do host que se desejava acessar.

Ironicamente, o sucesso da ARPANET tornou o arquivo HOST.TXT falho e obsoleto.

Os administradores da ARPANET tentaram outras configurações que resolvessem o problema do HOST.TXT. O objetivo era criar um sistema que resolvesse os problemas em uma tabela única de hosts. O novo sistema deveria permitir que um administrador local tornasse os dados mundialmente disponíveis. A descentralização da administração resolveria o problema do gargalo gerado por um único host e diminuiria o problema do tráfego. Além disso, o fato da administração ser local faria com que atualizar os dados se tornasse uma tarefa bem mais simples. O esquema deveria usar nomes em hierarquia para garantir a exclusividade dos nomes.

Paul Mockapetris, do USC's Information Science Institute, foi o responsável pela arquitetura do sistema. Em 1984 ele lançou o RFCs 882 e 883, que descreve o "Domain Name System", ou DNS. Estes RFCs foram sucedidos pelos RFCs 1034 e 1035, que possuem as especificações atuais do DNS.