Criação do símbolo OFDM
Para que o sinal seja recebido corretamente após a transmissão, é necessário que o transmissor e o receptor estejam bem sincronizados no tempo e na freqüência. Se isto não ocorrer, a ortogonalidade entre as subportadoras é prejudicada, o que resulta na chamada interferência interportadoras (intercarrier interference – ICI). Além disso, devido às altas taxas de transmissão, pode ocorrer também interferência intersímbolos (intersymbol interference – ISI). A camada física do WiMAX permite opções para diversos parâmetros de transmissão, como número de subportadoras e separação entre subportadoras, de forma a diminuir a ICI e a ISI sem comprometer o desempenho da transmissão.
Um subcanal, como definido no padrão IEEE 802.16e-2005, é um conjunto lógico de subportadoras. Para criar um símbolo OFDM, os símbolos modulados são mapeados nos subcanais que tiverem sido alocados para a transmissão. A constituição, em subportadoras, destes subcanais é definida pelo esquema de permutação de subportadoras; elas podem ser adjacentes, o que permite o uso da técnica de beamforming (aumentando a potência do sinal e diminuindo a sensibilidade a erros e interferência), ou podem estar espalhadas no espectro, diminuindo a ICI.
Entre os principais esquemas de permutação está o DL FUSC (Downlink Full Usage of Subcarriers). Neste esquema, todas as subportadoras de dados são utilizadas para compôr os subcanais. Cada subcanal é composto de 48 subportadoras distribuídas pela banda de freqüência – as subportadoras são alocadas antes desta distribuição. Já no DL PUSC (Downlink Partial Usage of Subcarries), as subportadoras são divididas em arrumadas em clusters, em cada qual há a definição de 24 subportadoras de dados e 4 subportadoras piloto. Os clusters são, então, renumerados (redistribuição lógica) e divididos em seis grupos. Dois clusters do mesmo grupo formam os subcanais. No PUSC é possível alocar apenas parte destes grupos a transmissores. Se os grupos alocados a transmissores diferentes forem disjuntos, podemos separar os seus sinais no espaço de subportadoras, o que facilita a reutilização de freqüências ao custo da taxa de transmissão.
Outro esquema de permutação é o UL PUSC (Uplink Partial Usage of Subcarriers), no qual as subportadoras são divididas em conjuntos contendo, no modo tradicional, 8 subportadoras de dados e 4 subportadoras piloto, ou no modo alternativo, 8 subportadoras de dados e 1 subportadora piloto (o modo alternativo, por possuir maior proporção de subportadoras de dados, permite uma taxa de transmissão de dados maior, mas perde em rastreamento de canal). Estes conjuntos são agrupados em seis grupos, e os subcanais são formados por seis conjuntos de um mesmo grupo. Há também o esquema TUSC, que é um esquema de downlink semelhante ao UL PUSC. Quando ambos são utilizados simultaneamente – o que torna a alocação de subportadoras simétrica – em alguns casos particulares, como sistemas de antena em loop fechado, a realimentação do estado do canal torna-se desnecessária.
Por último, temos o esquema Band AMC (Band Amplitude Modulation and Coding). A grande diferença deste esquema para os anteriores reside no fato de que todas as subportadoras de um mesmo subcanal estão adjacentes no espectro, facilitando a exploração de acesso multiusuário. No Band AMC, nove subportadoras adjacentes, sendo oito de dados e uma piloto, formam um contêiner, e quatro contêineres adjacentes em freqüência formam uma banda. Os subcanais são compostos de seis contêineres contíguos da mesma banda, podendo ser um contêiner pela duração de seis símbolos OFDM, dois contêineres por três símbolos ou três contêineres por dois símbolos – tais contêineres e símbolos sempre adjacentes por construção.
A alocação destes recursos pela camada de acesso ao meio é feita em slots, que são a menor unidade de recursos nos domínios do tempo e da freqüência que a camada física pode alocar a um único usuário. O tamanho do slot varia com o esquema de permutação.
A partir do momento que os símbolos que serão transmitidos em cada subportadora já são conhecidos, é necessário aplicar a transformada rápida de Fourier inversa, em blocos, aos símbolos que serão transmitidos. O tamanho dos blocos, em símbolos, é igual à quantidade de subportadoras utilizadas para realizar a transmissão. Temos, então, um vetor de símbolos no domínio do tempo, ao qual é anexado o prefixo cíclico. Esta série de símbolos compõe o sinal digital que será transmitido em uma única freqüência de rádio.

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Imagem 3: Transmissão dos símbolos OFDM.