Arquitetura e Componentes MPLS

Dispositivos MPLS (PE, P, CE)

A arquitetura do MPLS é construída sobre uma série de dispositivos que trabalham coletivamente para encaminhar pacotes com base em rótulos.

  • PE (Provider Edge Router): Estes são os roteadores de borda que interagem diretamente com o cliente. Eles são responsáveis por adicionar (na entrada) e remover (na saída) rótulos aos pacotes. O PE compreende as políticas de encaminhamento e as aplica aos pacotes à medida que entram ou saem da rede MPLS.
  • P (Provider Router): Estes roteadores atuam dentro da rede do provedor e são responsáveis pelo encaminhamento de pacotes com base apenas em seus rótulos. Eles não têm visão direta das redes dos clientes, simplificando assim o processo de encaminhamento. Ao passar por roteadores P, os pacotes têm seus rótulos trocados, mas nunca são removidos.
  • CE (Customer Edge Router): Este é o roteador do cliente e age como um ponto de entrada/saída para a rede MPLS. Ele comunica-se diretamente com o PE do provedor, mas não participa diretamente da operação de rotulagem MPLS.

Label Distribution Protocol (LDP)

O LDP é fundamental para a gestão da distribuição e alocação de rótulos entre roteadores. Este estabelece sessões entre roteadores vizinhos, permitindo que eles troquem informações de rótulo. Isto cria uma camada adicional de eficiência, pois o encaminhamento de pacotes não se baseia apenas em endereços IP, mas também nos rótulos alocados. Como resultado, os pacotes podem ser dirigidos com precisão milimétrica pela rede MPLS, o que garante que a comunicação ocorra de forma fluida e eficiente. Em muitos aspectos, pode-se pensar no LDP como o “gestor de tráfego” da rede MPLS, direcionando e reorganizando o fluxo de dados conforme necessário.

RSVP-TE (Resource Reservation Protocol – Traffic Engineering)

RSVP-TE, uma extensão do protocolo RSVP, desempenha um papel crucial na engenharia de tráfego da rede MPLS. Ele permite que os administradores de rede definam caminhos específicos para o tráfego, otimizando a rede. Ao reservar caminhos específicos, assegura-se que determinados fluxos de dados sejam priorizados, garantindo um serviço de alta qualidade.

Pode-se traçar um paralelo entre o RSVP-TE e os antigos sistemas de circuitos virtuais usados nos telefones. Assim como se reservava uma linha específica para uma chamada telefônica para garantir uma conversa clara e ininterrupta, o RSVP-TE reserva caminhos na rede para garantir que os pacotes cheguem ao seu destino sem interferências. Isso é essencial para serviços que requerem alta disponibilidade e baixa latência, como voz sobre IP e streaming de vídeo.

MPLS VPNs (Virtual Private Networks)

As VPNs baseadas em MPLS oferecem um nível de segurança e eficiência incomparável para comunicações empresariais. Essas redes virtuais, construídas sobre a infraestrutura pública do provedor, imitam redes privadas, permitindo a comunicação segura entre localizações dispersas geograficamente.

Com o MPLS, o tráfego de cada VPN é segregado usando rótulos específicos. Isso garante que os dados de uma empresa não se misturem com os de outra. Pode-se imaginar isso como ter canais de comunicação privados em uma rede pública, algo semelhante a ter uma linha direta em sistemas de telefonia. Este isolamento garante a integridade dos dados e evita interferências externas.

Para as organizações, isso se traduz em uma comunicação de alta qualidade, protegida e eficiente, sem o custo exorbitante de construir e manter uma infraestrutura de rede dedicada.

Blog no WordPress.com.

Acima ↑