2.
WDM
2.1. Definição
Objetivando se tornar
mais eficiente o uso de fibras ópticas, por volta de 1990, foi desenvolvida
a tecnologia WDM (Wavelength Division Multiplexing). Esta tecnologia
consiste em juntar numa mesma fibra vários sinais de luz, de cores (comprimentos
de onda) diferentes, cada um gerado por um laser separado. No receptor, os sinais
de cores diferentes são novamente separados.
![](wdm_move.gif) |
Figura2
- Princípio do WDM |
Essa técnica de
multiplexação é realizada com o objetivo de aumentar a
capacidade de transmissão e como conseqüência, usar a largura
de banda da fibra óptica mais adequadamente. No entanto, nos sistemas
WDM, esse objetivo ainda não é alcançado completamente,
pois é possível a multiplexação de poucos comprimentos
de onda.
2.2.
Características
As tecnologias WDM oferecem
suporte a projetos de alta performance, tais como: ensino à distância,
laboratórios remotos, telemedicina, computação em grade,
ambientes colaborativos. O WDM utiliza paralelamente tecnologias de rede como
Multicast, Engenharia de Tráfego (Traffic Engineering), QoS (Quality
of Service), entre outras, oferecendo um serviço de qualidade, com
novas tecnologias e alta capacidade de comunicação.
Os sinais a serem transmitidos
nos diferentes comprimentos de onda podem possuir formatos e taxas de bit diferentes,
o que promove uma maior transparência aos sistemas de transporte. Cada
sinal pode ser formado por fontes de dados (texto, voz, vídeo, etc.)
diferentes e é transmitido dentro de seu próprio comprimento de
onda. Assim, o WDM
carrega os sinais de maneira independente uns dos outros, significando que cada
canal possui sua própria banda dedicada.
A grande vantagem associada
ao WDM é a possibilidade de se modular o aumento da capacidade de transmissão
conforme o mercado e de acordo com a necessidade de tráfego. A principal
razão para a utilização destes sistemas é o baixo
custo. Estes sistemas possibilitam o alcance de uma melhor relação
entre custos e bits transmitidos, sob determinadas condições.
Algumas análises mostram que, para distâncias menores que 50Km,
a solução de multi-fibra é menos dispendiosa e para distâncias
maiores que este valor, o custo da solução WDM é melhor.
Os sistemas WDM possuem
algumas características básicas, apresentadas a seguir:
- Flexibilidade de capacidade:
migrações de 622 Mbps para 2,5 Gbps e, a seguir para 10 Gbps
poderão ser realizadas sem a necessidade de se trocar os amplificadores
e multiplexadores WDM. Desta maneira, é possível se preservar
os investimentos realizados;
- Transparência
a sinais transmitidos: podem transmitir uma grande variedade de sinais de
maneira transparente. Como não há o envolvimento de processos
elétricos, diferentes taxas de transmissão e sinais poderão
ser multiplexados e transmitidos para o outro lado do sistema, sem a necessidade
de uma conversão ópto-elétrica;
- Permite crescimento
gradual de capacidade: um sistema WDM pode ser planejado para 16 canais, podendo
ter sua operação iniciada com um número menor de canais.
A introdução de mais canais no sistema pode ser feita simplesmente
adicionando novos equipamentos terminais;
- Reutilização
dos equipamentos terminais e da fibra: permite o crescimento da capacidade,
mantendo os mesmos equipamentos terminais e a mesma fibra;
- Atendimento de demanda
inesperada: geralmente, o tráfego aumenta mais rapidamente que o esperado
e, neste caso, alguns sistemas podem não possuir uma infra-estrutura
disponível para suportá-lo. Os sistemas WDM podem solucionar
este problema, economizando tempo na expansão da rede.
Serão citadas algumas
situações que favorecem a utilização de WDM:
- Casos onde a rede apresenta
longas distâncias, especialmente redes ponto-a-ponto e em cadeia;
- Situações
onde o aumento da capacidade requer a instalação de novos cabos
e principalmente se não há espaço para novos cabos na
infra-estrutura existente;
- Casos em que o aumento
de capacidade deve ser alcançado em curtos períodos de tempo.
É muito comum comparar
os sistemas TDM e WDM, coma finalidade de se encontrar a melhor solução.
Após serem realizados alguns testes, chegou-se às seguintes conclusões:
- Em aplicações
de distâncias pequenas, onde regeneradores e amplificadores não
são utilizados, um sistema TDM é a solução mais
viável;
- Em aplicações
de longas distâncias, o sistema WDM se torna mais barato, pois um mesmo
regenerador óptico é utilizado para um grupo de canais, o que
reduz o número de regeneradores e fibras utilizados;
- Em aplicações
entre 120 e 300 Km, a melhor solução é variável,
dependendo do caso e também dos custos de implementação.
Foi visto
que o WDM pode ser introduzido em sistemas já existentes de forma a ampliar
a capacidade de transmissão destes sistemas. Para garantir uma perfeita
integração entre um sistema antigo e o WDM, é necessário
tomar as seguintes providências:
- Ter uma noção
geral do tráfego que é transmitido pela rota, definindo seu
formato e taxas de transferência, considerando que a existência
de tráfego analógico também deve ser examinada;
- Ter uma visão
da infra-estrutura existente, o tipo de cabo óptico utilizado, comprimentos
dos enlaces e pontos de regeneração;
- Definir a capacidade
final de transferência do sistema;
- Ter uma noção
das interfaces ópticas disponíveis nos terminais;
- Definir se é
necessário o uso de equipamentos adicionais, como, por exemplo, transponders,
módulos de compensação. Definir a quantidade necessária
de regeneradores;
- Migração
do tráfego para novos sistemas após a instalação
dos mesmos. A instalação causa uma interrupção
do tráfego, por um tempo indeterminado.