3. Reconhecimento de Retina      << Anterior | Página inicial | Próximo >>
3.1 Funcionamento (Terceira Parte)
    A idéia principal do aparato é bastante simples: para capturar o padrão de vasos sanguíneos da retina fazemos incidir sobre ela um feixe luminoso e capturamos o resultado da reflexão. Isso é feito da forma explicada a seguir.
    A fóvea além de ser o local onde existe grande quantidade de cones e bastonetes, é também a parte do olho por onde passa o eixo visual humano, 15,5 graus abaixo da fóvea está localizado o nervo óptico, local onde também se encontra o que é conhecido por ponto cego devido a falta de fotoreceptores presentes. É nessa região que existe grande concentração de vasos sanguíneos, pois, também é a partir daí que o sangue é distribuído para o resto da retina. Isso faz com que os vasos nessa região sejam bastante grossos e que depois se capilarizem pelo resto da retina, portanto é no entorno dessa região que o escaneamento deverá ser realizado, evitando o seu centro, pois de nada adiantaria essa informação já que se trata de um local onde há um espaço ocupado por vasos sanguíneos muito espessos, suficiente para tornar o lugar impróprio para distinguir um indivíduo de outro. Como em seu entorno já existe uma boa quantidade de capilares para tornar viável o reconhecimento, é nessa região que será feito o escaneamento. Na tecnologia estudada, 360 diodos emissores de luz (LEDs), igualmente espaçados, são dispostos de forma a construir dois círculos concêntricos, o mais interno com 120 diodos e o outro com 240. Cada LED corresponderá a uma região da retina a ser iluminada. Precisaremos também de um sensor capaz de capturar a luz e tranformá-la em sinais elétricos analógicos para posteriormente serem transformados em sinais digitais. No círculo, iniciamos o escaneamento circular com todos os LEDs apagados, em seguida, acendemos o primeiro, a luz emitida por ele atinge um ponto correspondente na retina humana, nesse local pode se localizar um vaso sanguíneo ou parte do tecido da retina onde estão presentes estruturas como os fotoreceptores, que refletem a luz.
    Dada a cor dos vasos sanguíneos (vermelho escuro), que é complementar ao verde e, portanto, absorve essa cor, para o tipo de luz dos LEDs foi escolhida uma luz monocromática verde. Prosseguindo, quando o raio luminoso atinge um vaso sanguíneo ele é absorvido e quando não, ele é refletido. Devido a isso, o resultado que chega ao sensor é de baixa luminosidade (resultando em um sinal elétrico fraco) para as regiões onde foi absorvido e o contrário para locais onde o raio foi refletido (resultando em um sinal elétrico forte). Isso é feito para cada um dos LEDs, acendendo-os, um LED por vez, na ordem em que aparecem no círculo, gerando um sinal que será transformado em um conjunto de bits, um bit para cada região da retina. Essa conversão é feita utilizando faixas: para sinais mais fortes (a partir de um determinado valor) atribuímos um bit, e para sinais fracos o outro bit, 0 ou 1. O resultado é um padrão, ou melhor, um modelo único, que poderá ser associado a um determinado usuário, para comparações futuras no momento da autenticação.