4.3 Camada de rede
     Uma possível classificação dos protocolos da camada de rede é dividi-los em pró-ativos, reativos e geográficos.
     Os protocolos pró-ativos consistem na atualização e divulgação constantes de tabelas de roteamento, garantindo que as rotas entre os nós estarão sempre atualizadas. No entanto, gera sobrecarga na rede, pela quantidade de mensagens de controle para atualização e divulgação dessas tabelas. Dessa forma, não são recomendados para redes subaquáticas. Como exemplo desse tipo de protocolos, temos DSDV e OLSR.
     Já os protocolos reativos se caracterizam pela descoberta da rota, pela fonte, quando necessária, ou seja, se um nó deseja transmitir algo, ele transmite mensagens de controle a seus vizinhos, que mandam para outros, de forma que a rota até o nó de destino seja computada no momento do envio. Essa forma de descoberta de rotas acarreta numa latência maior e também sobrecarrega a rede com mensagens de controle, o que a torna ineficiente para utilização nas redes subaquáticas. Como exemplo desses, podem ser citados AODV e DSR.
     Por último, os protocolos geográficos assumem que a posição dos nós é conhecida, reduzindo o número de mensagens de controle e aumentando a eficiência, pois as rotas já estão definidas. Apesar de ser utilizada em redes terrestres, com a utilização de dispositivos GPS (Global Positioning System), sua eficácia em meios subaquáticos é prejudicada, pois descobrir a localização geográfica dos nós ainda é um problema não resolvido.
     Dessa forma, é possível ver que os três tipos possuem desvantagens quando aplicados em redes subaquáticas. Como o maior desafio nessas redes ainda está na segunda camada, a camada de enlace, são poucas as propostas de protocolos de rede. Algumas dessas propostas são exploradas na próxima seção.
4.3.1 Protocolos de Roteamento
     [Xie e Gibson 2001] propuseram um protocolo no qual um nó mestre gera uma topologia em árvore e utiliza pacotes de controle para atualizar os parâmetros dos nós a intervalos fixos. Isso permite uma facilidade na inclusão e exclusão de nós. Além disso, permite um controle da topologia da rede, da determinação de rotas e do acesso ao meio. Por utilizar um nó mestre, este realiza todo o esforço computacional no descobrimento de rotas. Essa proposta não apresenta nenhum resultado de simulações nem dados experimentais.
     Em [Pompili e Melodia 2005], dois protocolos tridimensionais são apresentados, tanto para aplicações sensíveis a atrasos como para não sensíveis. Para as últimas, o algoritmo indica que cada nó tem liberdade de escolher o próximo salto de modo a economizar energia, qualificando os enlaces pelo número de retransmissões necessárias. Para aplicações sensíveis a atrasos, é apresentado um protocolo centralizado. Uma estação na superfície agrega as informações da topologia da rede e calcula as rotas, repassando aos dispositivos transmissores. Os resultados da simulação foram dentro dos resultados esperados.
     Além desses, [Xie et al. 2006] e [Nicolau et al. 2007] propõem, respectivamente, o VBF (Vector-Based Forwarding Protocol - Protocolo de Encaminhamento baseado em Vetores) e o HH-VBF (Hop-by-Hop VBF - Protocolo de Encaminhamento Salto-a-Salto baseado em Vetores). Esses dois protocolos constroem um vetor da fonte ao destino e determinam uma região cilíndrica a sua volta, escolhendo, assim, os nós que estão mais próximos do caminho direto entre a origem e o destino. No entanto, ambos os protocolos pressupõem saber a exata localização geográfica dos nós, o que, como já foi dito anteriormente, ainda é um desafio a ser superado nas comunicações subaquáticas.