Como já visto
anteriormente, entre as técnicas esteganográficas
utilizadas historicamente estão tatuar a mensagem no couro
cabeludo do mensageiro, que é ocultada após o crescimento
de seu cabelo, escrever a mensagem em pedaços de seda e
encobri-los com cera para serem engolidos pelo mensageiro além
de usar camadas de cera para ocultar a verdadeira mensagem escrita
em uma tábua de madeira.
Uma técnica
trivial é usar, em um texto, algumas letras para representar a
mensagem secreta. O jornalista Linton Weeks, do jornal americano
Washington Post, deixou uma mensagem a seus leitores na primeira
letra de cada parágrafo de uma reportagem sua, quando ia
deixar o jornal. [27]
Outra técnica
de origem antiga, mas que é usada até hoje são as
tintas invisíveis. Antigamente utilizava-se materiais como
leite, suco de limão e urina, que escurecem quando colocados
sobre uma chama, revelando-se devido ao calor. Com isso, mensagens
secretas eram escritas nos espaços em branco de mensagens sem
importância conseguindo dessa forma evitar
suspeitas.
Johannes Trithemius,
em sua trilogia, descreve ainda o código “Ave
Maria”. Tabelas associam letras a certas palavras que, se
substituídas na ordem correta, resultam numa mensagem
codificada que aparenta ser uma inocente oração. Isso
é realizado utilizando-se tabelas com palavras de diferentes
classes gramaticais, formando assim sentenças que obedecem a
gramática de uma linguagem. Uma implementação
moderna da técnica de Trithemius é encontrada no
site SpamMimic [22], que
esconde uma mensagem curta em uma carta em língua inglesa que
se passa perfeitamente por spam, o lixo eletrônico, tão
presente na Internet nos dias de hoje quanto orações o
eram no século XVI.
Francis Bacon, em
seu alfabeto “biliterário”, descreve uma
técnica que consiste em codificar letras em um código
binário de 5 bits, imprimindo o texto portador em fontes
normais ou itálicas para representar esses bits. A
irregularidade da tipografia do século XVI ajudou a camuflar o
método. [7]
Um exemplo de uso
do código biliterário de Francis
Bacon.
Durante e após
as Grandes Guerras, era comum o uso de “micropontos”,
microfilmes do tamanho de um ponto impresso, contendo mensagens ou
informações secretas. Agentes de espionagem colavam
“micropontos” em textos inócuos, no lugar da
pontuação, para ocultar as mensagens enviadas nesses
textos.