4.1 Técnicas Antigas
Como já visto anteriormente, entre as técnicas esteganográficas utilizadas historicamente estão tatuar a mensagem no couro cabeludo do mensageiro, que é ocultada após o crescimento de seu cabelo, escrever a mensagem em pedaços de seda e encobri-los com cera para serem engolidos pelo mensageiro além de usar camadas de cera para ocultar a verdadeira mensagem escrita em uma tábua de madeira.
Uma técnica trivial é usar, em um texto, algumas letras para representar a mensagem secreta. O jornalista Linton Weeks, do jornal americano Washington Post, deixou uma mensagem a seus leitores na primeira letra de cada parágrafo de uma reportagem sua, quando ia deixar o jornal. [27]
Outra técnica de origem antiga, mas que é usada até hoje são as tintas invisíveis. Antigamente utilizava-se materiais como leite, suco de limão e urina, que escurecem quando colocados sobre uma chama, revelando-se devido ao calor. Com isso, mensagens secretas eram escritas nos espaços em branco de mensagens sem importância conseguindo dessa forma evitar suspeitas.
Johannes Trithemius, em sua trilogia, descreve ainda o código “Ave Maria”. Tabelas associam letras a certas palavras que, se substituídas na ordem correta, resultam numa mensagem codificada que aparenta ser uma inocente oração. Isso é realizado utilizando-se tabelas com palavras de diferentes classes gramaticais, formando assim sentenças que obedecem a gramática de uma linguagem.  Uma implementação moderna da técnica de Trithemius é encontrada no site SpamMimic [22], que esconde uma mensagem curta em uma carta em língua inglesa que se passa perfeitamente por spam, o lixo eletrônico, tão presente na Internet nos dias de hoje quanto orações o eram no século XVI.
Francis Bacon, em seu alfabeto “biliterário”, descreve uma técnica que consiste em codificar letras em um código binário de 5 bits, imprimindo o texto portador em fontes normais ou itálicas para representar esses bits. A irregularidade da tipografia do século XVI ajudou a camuflar o método. [7]
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Um exemplo de uso do código biliterário de Francis Bacon.
Durante e após as Grandes Guerras, era comum o uso de “micropontos”, microfilmes do tamanho de um ponto impresso, contendo mensagens ou informações secretas. Agentes de espionagem colavam “micropontos” em textos inócuos, no lugar da pontuação, para ocultar as mensagens enviadas nesses textos.