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DEEP WEB


DEFINIÇÃO

O termo Deep Web é usado para denotar uma classe de conteúdo na Internet que, por várias razões técnicas, não é indexada pelos mecanismos de pesquisa.

Por exemplo, os rastreadores dos mecanismos de busca (Web crawlers) podem nunca indexar uma página simplesmente porque nenhuma outra página rastreada anteriormente tinha um link para ela. Ou então, pode ser que a página exija algum tipo de autenticação, como um login e senha, a necessidade de preencher um formulário de pesquisa e clicar em enviar, ou até mesmo exigir um determinado certificado de segurança. Fora isso, se uma página contiver conteúdo ilegal, o Google não vai querer que o conteúdo apareça nos resultados da pesquisa, então não o indexa. E por fim, se o criador de uma página não quiser que ela seja indexada por mecanismos de busca populares, ele pode incluir um arquivo robots.txt adequado, que instrui os rastreadores a não indexarem a página (Protocolo de Exclusão de Robôs).

A Dark Web, por sua vez, que é um conceito que muitas pessoas confundem com a Deep Web em si, é, na verdade, uma parte específica da Deep Web que foi intencionalmente ocultada e tornada inacessível pelos navegadores padrões da Web. Uma fonte relativamente conhecida de conteúdo da Dark Web é encontrada na rede TOR. O TOR, e outras redes semelhantes, permite que os usuários percorram a Web em anonimato quase completo, criptografando pacotes de dados e enviando-os através de vários nós de rede, chamados de "roteadores cebola".

Além dele, também vale mencionar o funcionamento do I2P e Freenet, que são duas outras redes grandes (porém não tanto quanto o TOR) de conteúdo da Dark Web.

O I2P tem um modelo semelhante ao TOR, mas todo usuário age como um relé. Isso aumenta o anonimato e a negação. Além disso, os túneis no I2P são unidirecionais, então você precisa de duas conexões para transmitir de e para um website. Isso significa que um invasor precisa quebrar o dobro de nós para recuperar suas informações. Os modelos de rede por trás do I2P são mais seguros, mas como há menos usuários, ele ainda pode ser menos anônimo.

Tanto o TOR quanto o I2P também possuem servidores ocultos dentro deles: isso permite conexões em que nem o cliente nem o servidor conheçam a identidade do outro. Isso significa que o servidor não pode ser encontrado, e seu conteúdo, portanto, é muito difícil de ser destruído ou tirado do ar. 

A Freenet, enquanto isso, não é uma rede anônima. Não é possível acessar páginas da Internet comum (de superfície) via Freenet. No entanto, os usuários do Freenet podem acessar os arquivos que foram enviados para ele. Não há servidores no Freenet: todos os arquivos são hospedados (em um estado criptografado) pelos usuários. Como tal, é impossível remover arquivos. Não há um servidor que possa ser desligado, o que removeria o acesso a esses arquivos; não há botão de "excluir". 

Como qualquer tecnologia, o anonimato pode ser usado tanto para o bem quanto para o mal. Há aqueles que se aproveitam desse anonimato on-line para usar a Dark Web em atividades ilegais, como comércio de substâncias controladas, transações financeiras ilegais, roubo de identidade e assim por diante.

No entanto, nela também é possível achar muito conteúdo útil e que só está escondido por determinados conflitos de interesse na Surface Web, ou mesmo pelo fato de seus criadores não acharem confiável a publicação num local de tão fácil acesso como a Web visível. Desta forma, nela podem ser encontrados artigos, livros, vídeos e tutoriais do mundo inteiro, sobre os mais diversos assuntos, como religião, política, psicologia, entre outros.

Além disso, é por causa de sua falta de filtro e anonimato que se tornaram possíveis quebras de sigilo sem retaliação. O Wikileaks e Anonymous, por exemplo, divulgam informações importantes e que a população tem direito de saber, mas que são mantidas em confidencialidade pelo governo. Um exemplo disso foi o que ocorreu em 2011, quando o Anonymous divulgou a identidade de quase 200 pedófilos, informação que estava sendo escondida. 

Por fim, em países como a China, Coreia do Norte e Irã, onde os sites são bloqueados e a privacidade da Internet é difícil de encontrar, há uma comunidade crescente de usuários que usam a Dark Web para compartilhar informações e falar livremente. Navegadores como TOR ainda são relativamente desconhecidos na China, mas o número de pessoas usando o serviço está crescendo constantemente. Já os cidadãos da Turquia e outros países politicamente tumultuados estão usando a Dark Web para se reunir, planejar protestos e discutir notícias locais fora do olhar atento do governo.

ALUNOS:
Luis Fernando Lins - luisfernandolins@poli.ufrj.br
Felipe Villela - felipevillela@poli.ufrj.br
Vitor de Azevedo - vitor.dazt@poli.ufrj.br

Matéria: Redes I - 2018.1