Eleita como a primeira colocada no ranking das cidades inteligentes da Europa, feito pelo projeto European Smart Cities [4], a cidade, capital do pequeno país de mesmo nome, se encontra acima da média das outras listadas em quase todos os requisitos. A iniciativa de torna-la uma cidade inteligente, que começou a ser colocada em prática no ano de 2002, contou com programas como a educação dos seus habitantes quanto ao uso da internet, tornando-os capacitados a utilizar todo o potencial dessa ferramenta, e com a popularização do acesso à rede, tornando-a acessível de qualquer lugar por qualquer indivíduo que possua um aparelho capaz de se conectar. Além disso, também foram criados serviços voltados para a melhora da qualidade de vida da população, todos integrados com dispositivos móveis. Com estes serviços, os moradores têm informações sobre o transito, sobre os transportes públicos e taxis, hospitais e todos os serviços públicos e privados que possam ser úteis. Essa ligação entre o público e privado foi essencial para o sucesso do projeto de transformação, visto que o poder público não tem poder financeiro e conhecimento suficiente para conseguir isso sozinho.

     Dos conceitos ranqueados, a cidade, acima da média em todos, se destaca pelo critério Smart Economy( Economia Inteligente) e tem como pronto fraco, embora ainda acima da média, o Smart Environment( Algo como Inteligência Ecológica). Por mais que seus índices econômicos sejam impressionantes, muito disso se deve a sua capacidade de se integrar a sociedade mundial e sua imagem no cenário econômico, mascara sua ineficiência em incentivar o empreendedorismo, fator também muito importante para o desenvolvimento da cidade e de seus habitantes. Também, ter como ponto fraco o índice relacionado ao meio ambiente é um problema grave a longo prazo, caso não seja solucionado. Seu índice de poluição é comparativamente alto, não sendo compatível com o título de "Cidade mais inteligente da Europa" que Luxemburgo ostenta. Outro fator negativo da cidade é a educação, tendo como pior fator as suas instituições de ensino. Para que o padrão de excelência possa ser mantido, é necessária uma educação adequada, para que as próximas gerações deem continuidade ao projeto.

   
     Situada na Espanha, Santander não participa do ranking acima mencionado, mas é referência no assunto por causa de seu projeto SmartSantander. Este projeto visa transforma-la na primeira cidade europeia integralmente inteligente, conectando completamente seus habitantes e serviços. Liderado pela Universidade de Cantabria, o projeto consta com as características essenciais para que se torne possível a concepção de uma cidade inteligente: União do poder público e privado, foco na popularização do acesso a internet, fontes de conhecimento técnico(além da Universidade de Cantabria, diversas universidades europeias também participam).

     O objetivo é que, a longo prazo, a cidade seja coberta por equipamentos que sejam capazes de monitorar seus serviços e fornecer informações úteis tanto ao governo quanto aos cidadãos. Estes equipamentos consistem em pontos de acesso para Wifi,3G e LTE, micro-controladores, detectores de fumaça e gás, câmeras, GPS e outras formas de monitoramento que serão utilizadas na melhor do transporte publico, organização do trânsito, gerenciamento dos estacionamentos e jardins, no cuidado com o meio-ambiente, com as instalações públicas, iluminação e para praticamente todos os serviços prestados. Tudo isso integrado com os dispositivos móveis e à internet e controlados por um servidor central da cidade. A integração de todos estes sistemas é um dos maiores desafios, o que prova que a computação contemporânea não pode ser mais pensada em apenas uma camada, e sim arquitetada para abranger todas as esferas. Essa ideia de integração leva ao conceito empregado no projeto de Internet das Coisas(Internet of Things)[4] onde tudo pode ser monitorado e essas informações guardadas por computadores.

     SmartSantander é um projeto inovador que busca enfrentar os problemas iniciais que atrapalham o surgimento de uma cidade completamente inteligente e servir de exemplo para que outras iniciativas se vejam motivadas a tentar também. A visibilidade alcançada pelo projeto será benéfica para todo o país, mesmo que o objetivo não seja completamente alcançado.

   
     O projeto Cidade da Copa é uma ideia desenvolvida por empresas privadas que busca criar a primeira cidade inteligente da América Latina. Com o planejamento de ser implementado em Pernambuco, na cidade de São Lourenço da Mata, o projeto segue o modelo europeu de distribuição de acesso à internet. A cidade seria constituída de um centro de operações, que funcionaria como o cérebro da cidade, enquanto a rede criada pelos sensores e dispositivos seria os nervos. A concepção inicial é de que, nos entornos da Arena Pernambuco, espaço multiuso que será construído para os jogos, seja criada uma comunidade que terá, nos arredores, educação, emprego, lazer e moradia, o que capacitaria uma ótima qualidade de vida sem ter que se distanciar muito de casa. O projeto, que pretende construir a base da cidade até 2024, se baseia em etapas de cinco anos cada, que prometem ir construindo essa rede e os alicerces de uma sociedade do zero. Com isso, será possível garantir segurança, mobilidade, eficiência energética, tudo baseado no monitoramento em tempo real que já é implementado em cidades europeias.