A inteligência aplicada ao modo de vida consiste em integrar os sistemas de saúde, entretenimento, comunicação, segurança, e todos os sistemas que facilitem ou melhorem a qualidade de vida das pessoas. Podermos marcar nosso assento no teatro de casa ou pelo celular, monitorar nosso parente doente enquanto estamos no trabalho, nos comunicarmos com conhecidos em todas as partes do mundo gastando muito pouco por isso, jogar jogos online ou ouvir o novo lançamento do nosso cantor internacional predileto sem que seja preciso esperar o lançamento do seu novo CD ou até mesmo que a música chegue às emissoras de rádio de sua cidade. A tecnologia aplicada para a melhora da qualidade de vida das pessoas consiste no modo de vida inteligente, tanto dos moradores da cidade quanto dos turistas que venham a querer conhecer a mesma.

   
     Para garantir a qualidade de vida da população, devemos dar acesso à educação, saúde, segurança e todos os direitos garantidos por lei. Numa cidade inteligente, podemos usar da tecnologia de modo a atingir estes objetivos.

     O acesso à cultura, como museus, cinemas e teatros, deve ser facilitado com uso de aplicativos, sites simples e fáceis de utilizar, com programas como o Google Art Project (http://www.googleartproject.com/pt-br/) e com qualquer meio de aproximar o público comum, ou seja, o que não estuda ou se especializa no assunto, mas somente quer apreciar ou conhecer um pouco do assunto. Comprar ingressos online, tanto do computador quando de dispositivos móveis, poder ler resenhas ou trechos antes de escolher para onde ir, interação do visitante com as informações do museu, como guias digitais, painéis dinâmicos para ilustração. Essas são algumas formas de acesso à cultura de forma inteligente.

     Monitoramento remoto do estado de saúde de pacientes é uma forma de diminuir as filas de hospitais e clínicas. Se, por intermédio de aplicativos ou outros tipos de softwares e aparelhos, conseguirmos controlar as medicações, descobrir emergências e atende-las prontamente, diagnosticar doenças comuns, podendo trata-las sem necessidade de consulta ou encaminhar o doente para o tratamento adequado, iremos otimizar os atendimentos, diminuindo filas e evitando transtornos aos pacientes que, muitas vezes devido a desinformação, não sabem onde ir para tratamento ou como se tratar adequadamente, poderemos melhorar de forma significativa a qualidade de vida da população, além de aumentarmos a expectativa de vida por tratarmos melhor da saúde e evitarmos problemas como mortes por doenças tratadas de forma errada.

     Por mais que seja um tema discutível, o monitoramento dos cidadãos por câmeras, sensores e outras formas de controle diminuem muito as chances de crimes. Essa é uma forma discutível, visto que as equipes que monitoram estes equipamentos terão conhecimento do cotidiano dos monitorados. Em contrapartida, termos sensores que avisam o usuário que seu carro pode estar sendo roubado, sua casa assaltada, que determinado acontecimento tornou uma área menos segura naquele momento ou, até mesmo, mapear possíveis áreas com maior índice de criminalidade e alertar o usuário do dispositivo quando este adentrar uma destas áreas. O uso da tecnologia para a segurança serve tanto para a prevenção quanto para o processo pós-crime. Boletins de ocorrência online, acompanhar julgamentos remotamente, todas essas são formas de aperfeiçoar o projeto de segurança das cidades inteligentes, buscado evitar o crime e, caso isso não seja possível, diminuir ao máximo os transtornos para que este crime seja registrado.

     Desde meados do século passado sonhamos com casas inteligentes. Como no desenho Jetsons, robôs que fazem compras e limpam a casa, sensores de voz capazes de controlar todos os objetos, sempre foram pensamentos frequentes de donas de casa e afins. Com a tecnologia atual, isso já é possível. Em cidades inteligentes, sistemas de supermercado passam a monitorar a geladeira, alertando quando falta algo e se oferecendo para entregar o produto em domicilio com um baixo custo. Para a parte elétrica, o sistema de smart grids permite o controle dos gastos tanto pelos usuários quanto pelos fornecedores de energia, diminuindo o consumo desnecessário e acabando com os “gatos”, fator que encarece as contas de luz. Neste cenário, ainda existe cômodos inteligentes, onde tudo é operado por voz ou comandos gestuais, parte que não necessita necessariamente da rede, mas que é resultado de negócios oriundos destes cenários tecnológicos.

     Para criarmos uma comunidade que saiba aproveitar as oportunidades trazidas pela tecnologia, devemos introduzir os habitantes neste meio desde pequenos. A ideia de educação inteligente vai do uso de quadros interativos a computadores pessoais para cada aluno. Em escolas na Coréia do Sul, a escola fornece um computador por aluno, além de tablets. Com isso, os alunos não necessitam levar material de casa além de estojos, evitando os pesados livros que pouco são realmente utilizados no ensino fundamental e no científico. Os alunos podem acessar seus trabalhos de casa através da internet, que não é um mistério para nenhum deles, visto que esta já é tida como parte da concepção de mundo deles. Ao educarmos assim as crianças, evitaremos muitos gastos em treinamento futuro, além de termos uma geração consciente do poder da tecnologia e de como elas tem esse poder a seu favor para inovar.

     Cidades inteligentes precisam, também, incentivar o turismo. Seja por belezas naturais, arquitetônicas ou históricas, a visita do turista deve ter total apoio. Através da integração com a rede, ele tem de conseguir acesso a transportes públicos e privados, conseguir se localizar e descobrir o trajeto aos pontos turísticos, descobrir bons lugares para se comer, além de preços baratos de hotéis e pacotes de viagem. Com uma boa infraestrutura, o turismo pode trazer muitos benefícios e lucros aos moradores da cidade. A ajuda da população é essencial, pois essa, que conhece melhor do que ninguém o lugar onde vive, pode atualizar constantemente a base de dados destes aplicativos, com o intuito de torna-lo o melhor possível para os visitantes. Iniciativas como a junção de sites como o TripAdvisor (www.tripadvisor.com), especializado em indicar as melhores opções de viagens, e sites de agências turísticas também é benéfico tanto para a população local quanto para os viajantes.