História do RFID

Como diversos eventos na história da ciência, o RFID veio de uma progressão de eventos e descobertas que formaram a sua fundação tecnológica. O marco inicial para as técnicas básicas do RFID pode ser descrito nas observações de Michael Faraday em 1846, com sua proposta que ambas ondas de luz e rádio são uma forma de energia eletromagnética. No final do século XIX, Heinrich Rudolf Hertz ampliaram os conhecimentos de Faraday, sendo reconhecido como o primeiro a transmitir e receber ondas de rádio [7].


Figura 7.1 - Heinrich Rudolf Hertz - retirado de [29]

Em 1906, Ernst F.W. Alexanderson demonstrou a primeira criação e transmissão de sinais de rádio em ondas contínuas, estabelecendo o início da comunicação de rádio moderna. Ainda no começo do século 20, avanços em projetos militares, incluindo no Manhattan Project, resultaram no nascimento do Radar. Seria essa descoberta, junto com os avanços da comunicação de rádio, que iria oferecer os fundamentos para o RFID [7].

O trabalho seminal que descreve o funcionamento do RFID se encontra no paper de Harry Stockman “Communication by Means of Reflected Power” publicado em 1948. Contudo, desafios tecnológicos evitaram que as as ideias centrais fossem implementadas por mais de 30 anos [7].

Os anos 70 foram anos mais experimentais, onde tecnologias mais robustas foram criadas permitindo aplicações no rastreamento de animais e veículos e na automatização de fábricas. A tecnologia das tags também melhorou com reduções em tamanho e melhora em funcionalidade.


Figura 7.2 - Radar utilizado durante a segunda guerra mundial - retirado de [30]

Os anos 80 foram marcados pela popularização do computador pessoal (PC) abriu um novo leque de aplicações com o RFID. Com os PCs, a coleta e manipulação de dados nas aplicações de RFID ficou mais simples e barata, exigindo cada vez menos sistemas especializados. Isso permitiu que sistemas de RFID entrassem no mainstream e se tornassem parte do dia a dia de muitas pessoas [7].

A emergência do RFID continuou nos anos 90, com a implementação de sistemas de pedágio automático no Estados Unidos e na Europa. Com o sucesso nesses países, aplicações de pedágio se espalharam pelo mundo na Austrália, China, Hong Kong, Argentina, Brasil etc. O RFID se tornava então, uma tecnologia de aplicação em massa em escala verdadeiramente global [7].

Finalmente chegando no século 21, a explosão do RFID continua sem sinais de parada. O mercado de RFID aumentou quase dez vezes no período de 2005 até 2015, quando valia cerca de $5 bilhões para $25 bilhões [1]. Avanços em aplicações de supply chain marcaram essa expansão, com tags cada vez mais baratas e com modelos de memória e antenas mais eficientes.


Figura 7.3 - Projeção de mercado de áreas do RFID - retirado de [8]

Conclusão


Em todo momento, novas fronteiras se abrem para o RFID. Enquanto as ideias fundamentais do sistema parecem simples, as suas aplicações são diversas e de extrema complexidade. Apesar de se tratar de um sistema de comunicação, os desafios se estendem muito além da abrangência da engenharia, quanto mais da computação.

Aplicações em logística, ciência de dados, agricultura, biblioteconomia só começam a descrever a diversidade do RFID. É preciso de colaboração entre profissionais das mais diversas áreas, além de conhecimento sobre as vantagens da tecnologia, para que ela possa ser explorada em todo seu potencial para nos auxiliar em incontáveis áreas.

Isso entretanto, não significa que a tecnologia ainda não tenha potencial de crescimento nas suas aplicações tradicionais. Serviços de pagamento necessitam de uma adesão cultural por parte do mercado consumidor e esta vem crescendo [8] enquanto aplicações de identificação se tornam cada vez mais acessíveis com a redução de preços proveniente de avanços na fabricação dos componentes e da tecnologia por trás do RFID.


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