Ferramentas e Aplicações

É possível localizar, sem maiores dificuldades, diversas implementações de DTN em repositórios online de código-fonte, através de buscadores. Disponíveis, em geral, nas linguagens C e Java, as implementações podem ou não acatar todas as RFCs relativas a DTN e são utilizadas apenas para fins acadêmicos. Por exemplo, são encontradas implementações com e sem suporte a bundle protocol. No entanto, parece ter se tornado uma preferência comum nas decisões de projeto de muitas implementações a opção pelo sistema operacional Android. Essa escolha é motivada, possivelmente, pelo caráter open-source do sistema, por sua larga disseminação e comunidade de usuários e desenvolvedores por todo o mundo e por seu tamanho reduzido e requisitos de funcionamento fáceis de serem satisfeitos, em especial em máquinas pequenas e econômicas. Variantes podem utilizar ainda o microkernel Google Fuchsia, escrito em C pela Google, para sistemas embarcados, como alternativa a sistemas de kernel Linux.

Além disso, estão disponíveis para livre acesso e uso implementações já pensadas para ambientes de produção e que em teoria, apresentam maior confiabilidade. Por exemplo, uma versão da implementação Interplanetary Overlay Network (ION), desenvolvida e correntemente utilizada pela NASA, encontra-se publicamente aberta e pode ser obtida e utilizada sem fins comerciais. Publicizada por meio de engenheiros e colaboradores envolvidos no projeto, é possível acessá-la em https://sourceforge.net/projects/ion-dtn/ e na página da agência em https://www.nasa.gov/content/dtn/.

Outra opção é a ferramenta comercial desenvolvida pela companhia canadense Viagenie em 2010 chamada Postellation e disponível gratuitamente em http://postellation.viagenie.ca. Tanto essa implementação quanto a oferecida pela NASA contam com facilidades como a designação de prioridades a diferentes tipos de pacotes para Qualidade de Serviço assim como adequações que permitem maiores interoperabilidade e segurança em ambientes de uso real.

Ademais, existe uma interessante interseção entre a pesquisa em DTN e a pesquisa em redes veiculares. Para cenários em que não se pode dispor de equipamentos de rede instalados em localidades fixas, é interessante para aplicações DTN que um nó transite de um estado em que está conectado com parte da rede para um estado em que está conectado com a outra parte da rede. Consideremos, por exemplo, uma situação em que uma rede é composta de duas sub-redes desconectadas A e B e um nó em A deseje enviar um pacote para um destinatário em B. Se um dos nós da sub-rede A estiver situado em um veículo com capacidade de se locomover a um local em que pode se conectar à sub-rede B, é viável que este nó receba todos os pacotes vindos de A com destino a B e, quando se desconectar de A e se conectar em B, concluir a transmissão dos pacotes em sua custódia para dentro de B. Por outro lado, uma vez conectado em B, o mesmo nó poderia ser designado para ter custódia de todos os pacotes saídos de B com destino a A, de modo que, em um futuro deslocamento de volta a A, viabilize a transmissão de pacotes no "sentido" oposto.

Companhias como a Disney investem em soluções que combinam DTN e redes veiculares para se aproveitar de uma densa frota de veículos em constante circulação entre pontos que podem estar desconectados por uma falha, por exemplo.

Possibilidade de uso de DTN
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Possibilidade de uso de DTN em redes veiculares.
Imagem extraída de Disney Research.